domingo, 25 de novembro de 2012

Candidatos gastaram 22% do previsto.


O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) divulgou a prestação de contas de todos os agentes políticos que disputaram a última eleição. Os números detalham de forma individual cada doação e pagamento que foram contabilizados pelos comitês dos candidatos a vereador e a prefeito.
Os gastos para a eleição de prefeito foram modestos se comparados com a previsão divulgada poucos dias antes do início das campanhas. Os quatros candidatos a prefeito previram que gastariam juntos mais de R$ 9 milhões, mas o total ficou em pouco mais de R$ 2 milhões.
O prefeito eleito Marcio Reinaldo (PP) foi quem mais gastou. O total de despesas do seu comitê chegou a mais de R$ 1,5 milhão. Grande parte dos pagamentos foi para empresas responsáveis pela elaboração de peças de publicidade da campanha e deprogramas de rádio e TV. Levando em consideração a sua votação, o deputado gastou uma média de R$ 20,70 para cada voto recebido.
A campanha de Marcio Reinaldo também foi a que mais arrecadou através de doações. Segundo o balancete do TER, ele recebeu cerca de R$ 1,4 milhão para investir em estrutura e conquistar os votos. Os maiores doadores foram a direção nacional de seu partido (R$ 610 mil), a direção estadual (R$ 250 mil) e as empresas EMCCAMP Residencial s/a (R$ 140 mil), Siderúrgica Barão De Mauá Ltda (R$ 100 mil) e EPO Empreendimentos Participações e Obra Ltda (R$ 138.600,00).
Os candidatos que enfrentaram Marcio Reinaldo tiveram arrecadações e gastos bem mais modestos. Múcio Reis (PMDB), por exemplo, prestou contas de apenas R$ 73 mil, o equivalente a 14% do que ele previa gastar (R$ 500 mil). O peemedebista gastou em média R$ 5,40 para cada voto que conquistou.
Emílio de Vasconcelos (PSB) investiu R$ 167 mil e sua previsão inicial de gastos era de R$ 2 milhões. Na segunda derrota eleitoral seguida o socialista investiu R$ 8,40 para cada voto conquistado. O candidato da situação Caio Valace (PPS) teve o voto mais caro da eleição para prefeito. Segundo o TRE ele investiu R$ 271 mil para conseguir 8.257 votos, uma média de R$ 32,90 por voto.
Os três candidatos derrotados não tiveram o apoio de grandes empresas. Caio Valace foi o principal doador de sua campanha, disponibilizando cerca de R$ 90 mil. Emílio Vasconcelos recebeu R$ 70 mil da direção nacional do PSB e cerca de R$ 45 mil do comitê financeiro municipal. Múcio Reis doou para sua campanha R$ 15 mil e recebeu cerca de R$ 45 mil da empresa Reis e Lanza Ltda.
Dinheiro não garantiu eleição de vereador
Investir alto na campanha eleitoral não garantiu a vitória de muitos candidatos que tentaram uma cadeira na Câmara Municipal. Alguns derrotados gastaram o equivalente a R$ 45,8 por voto e, mesmo assim, não estão entre os que serão diplomados no próximo mês. Entre os eleitos o principal destaque foi o novato Ismael Soares (Psol) que gastando R$ 7,5 mil conseguiu 2.158 votos, uma média de apenas R$ 3,40 por voto. Carol Canabrava gastou R$ 63 mil e não foi eleita.
Dos candidatos eleitos o que mais gastou foi o médico Euro Andrade (PP). A sua reeleição foi escorada no investimento de R$ 54 mil. As campanhas mais caras seguintes foram do Padre Délcio (R$ 43 mil), Gilberto Doceiro (R$ 38 mil), Marcelo Coorpesellta (R$ 38 mil) e Dalton Andrade (R$ 36 mil).
Outro fato que chamou a atenção foram os altos investimentos de vereadores que não foram reeleitos. Para tentar manter sua cadeira, o medico Caio Dutra (PMDB) gastou R$ 40 mil, o atual presidente da Câmara, Toninho Rogério (PMDB), R$ 40 mil e Marcelo Freitas Lico R$ 38 mil.
A prestação de contas de cada candidato está disponível do site do TRE (www.tre-mg.jus.br/portal). A divulgação dos números é uma exigência legal, quem descumprir esta obrigação pode ser multado e ter problemas em uma disputa futura.
Por Renato Alexandre
 

FONTE: JORNAL SETE DIAS, 23/11/2012

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